A Casa Santo Inácio tem seu nome em homenagem ao fundador da Companhia de Jesus, Ordem dos Jesuítas.
Inácio de Loyola nasceu em Azpeitia, na Espanha, em 1491. De família da nobreza rural, o caçula de 13 irmãos foi batizado como Iñigo. No entanto, mais tarde, mudou o seu nome para Inácio. Entre os anos de 1506 e 1517, serviu no Palácio Real de Arévalo. Lá, tornou-se mais culto, aprendeu as artes da cavalaria e das armas. Em 1517, optou pela carreira militar. Foi prestar serviços para o duque de Najera e vice-rei de Navarra, o qual defendeu em várias batalhas militares. Em 20 de maio de 1521, ao ser atingido por uma bala de canhão, teria o rumo de sua vida drasticamente alterado, iniciando assim a uma experiência de conversão espiritual.
Durante o período de convalescência no Castelo de Loyola, como não havia livros de Cavalarias – seus preferidos -, Inácio dedicou-se à leitura de Vida de Cristo, escrita por Ludolfo da Saxônia, e de uma coletânea Vida dos Santos. Foi após o contato com os livros religiosos que ele percebeu, com atenção e paciência, que as ambições mundanas lhe causavam alegrias efêmeras, meros prazeres, ao passo que a entrega a Jesus Cristo lhe enchia o coração de alegria duradoura. Essa consolação foi, para Inácio, um sinal de Deus.
Já recuperado, Inácio decidiu partir rumo a Jerusalém. Saindo de Loyola, seguiu em peregrinação para Montserrat (Espanha). Em Manresa, também na Espanha, Inácio abrigou-se em uma cova. Vivendo como eremita e mendigo, passou pelas mais duras necessidades. Mas seu objetivo era maior: queria ter tranquilidade para fazer anotações em um caderno que, mais tarde, iriam se transformar no livro dos Exercícios Espirituais (EE.EE), considerado até hoje um de seus mais importantes legados. Após essa experiência, Inácio seguiu em sua longa peregrinação até Jerusalém, onde permaneceu por um tempo. Os EE.EE constituem-se como um caminho a percorrer, uma maneira vital de dispor-se inteiramente à ação do Espírito (“deixar-se conduzir por Ele”). Saiba mais aqui.
Ao mudar-se para Paris (França), Inácio dedicou-se aos estudos de Filosofia e Teologia. Foi lá que conseguiu agrupar colegas a quem passou a chamar de companheiros ou amigos do Senhor. Nascia, assim, o primeiro esboço do que seria a Companhia de Jesus.
Em 15 de agosto de 1534, na capela de Montmartre, em Paris (França), Inácio e seis companheiros – Francisco Xavier, Pedro Fabro, Afonso Bobadilha, Diogo Laínez, Afonso Salmeirão e Simão Rodrigues – fizeram votos de dedicarem-se ao bem dos homens, imitando Cristo, peregrinar a Jerusalém e, caso não fosse possível, apresentar-se ao Papa, com o objetivo de colocarem-se à disposição do Pontífice. Um ano depois, os votos foram renovados por eles e mais três outros companheiros – Cláudio Jaio, João Codure, Pascásio Broet.Em 1541, um ano após a Companhia de Jesus ser aprovada pelo Papa Paulo III, Inácio foi eleito o primeiro Superior Geral da Ordem, passando a viver em Roma (Itália). Dedicou-se à função preparando e enviando os jesuítas ao mundo todo, servindo à Igreja e escrevendo as Constituições da Companhia de Jesus.
Inácio morreu em 31 de julho de 1556, em Roma (Itália). A sua canonização aconteceu em 12 de março de 1622, pelo Papa Gregório XV.
Companhia de Jesus | Rede Servir
A Companhia de Jesus, Ordem dos Jesuítas, foi fundada por Inácio de Loyola e aprovada oficialmente pelo Papa Paulo III, em 27 de setembro de 1540. O forte trabalho missionário, indo às fronteiras das dificuldades sociais, marca os mais de 480 anos de nossa história. Atualmente, cerca de 16 mil jesuítas atuam em torno de 100 países dos cinco continentes.
Como obra apostólica da Companhia de Jesus no Brasil, a Casa Santo Inácio integra a Rede Inaciana para a Colaboração, Fé e Espiritualidade, uma missão colaborativa que agrega obras e grupos de espiritualidade inaciana da Província dos Jesuítas do Brasil. A Rede Servir, como também é chamada, se dedica a animar e a promover a experiência transformadora da fé a partir dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola.
Mais de 500 pessoas, entre jesuítas, religiosos e religiosas, leigos e leigas colaboram, profissional ou voluntariamente, nessa missão apostólica à Igreja do Brasil e da América Latina. O trabalho ocorre em sintonia com o Secretário para a Colaboração, Fé e Espiritualidade da Província Brasil, Pe. Laércio de Lima, SJ.
Em seu livro dos Exercícios Espirituais (EE.EE.), Santo Inácio de Loyola diz que, assim como o corpo, o espírito também deve ser preparado: “Porque, assim como passear, caminhar e correr são exercícios corporais, da mesma maneira todo o modo de preparar e dispor a alma, para tirar de si todas as afeições desordenadas e, depois de tiradas, buscar e achar a vontade divina na disposição da sua vida para a salvação da alma, se chamam exercícios espirituais.”
Foi dessa forma, como no movimento de uma caminhada, que Santo Inácio encontrou experimentalmente sua maneira pessoal de mergulhar na aventura do espírito, sistematizou o método e o propôs a outros, na forma dos Exercícios Espirituais. Os EE.EE. são, portanto, o fundamento da espiritualidade inaciana e instrumento privilegiado para ajudar no encontro do ser humano com seu Senhor.
Os Exercícios Espirituais constituem-se como um caminho a percorrer, uma maneira vital de dispor-se inteiramente à ação do Espírito (“deixar-se conduzir por Ele”), que transforma e liberta o coração de todo desejo desordenado, para buscar, encontrar e realizar a vontade de Deus na própria vida de quem procura fazê-los.
Os Exercícios Espirituais são uma maneira de rezar e, de maneira geral, são oferecidos na forma de retiros de silêncio, sempre com o acompanhamento de um orientador espiritual. Mesmo que feitos no contexto de um grupo, a experiência dos EE.EE. é muito pessoal, e se adapta ao que cada pessoa vai vivendo ao longo do processo.
A oferta dos Exercícios Espirituais acontece em diversas modalidades: 30 dias (corridos ou em etapas); 8 dias (corridos ou em etapas); na vida cotidiana, chamado de EVC; e experiências de fim de semana.